sexta-feira, 16 de maio de 2008

O MOTORISTA E AS PROFESSORAS



O nome da localidade é muito sugestivo: “Pago del deseo” (Lugar do desejo). É neste distrito rural argentino que trabalhavam seis professoras de ensino fundamental, moradoras de uma localidade próxima, Saladas, a mil quilómetros de Buenos Aires. O percurso de 15 quilómetros era feito todos os dias por um motorista da escola, mas a viagem costumava levar muito mais tempo do que o normal.

O problema é que o deslocamento, feito em um autocarro escolar, não se limitava ao percurso estabelecido. O motorista do autocarro, de 35 anos, costumava parar no meio do caminho e se entregava às fogosas professoras, com idades entre 30 e 40 anos, cinco delas casadas. A farra poderia ficar para sempre como um segredo do grupo, mas o motorista resolveu arranjar diversão extra: tirava fotografias com o seu telemóvel das professoras, que não só permitiam como pareciam gostar da ideia, posando com sorrisos.

Ele não contava que sua namorada, vingativa, descobrisse as fotografias e as colocasse na Internet, fazendo com que as imagens fossem vistas por milhares de pessoas, sem nenhuma censura. Telmo Fernández, jornalista da rádio local La Cueva, conta que o motorista armazenava as fotos na sua caixa de correio electrónico. “Elas escaparam-lhe das mãos quando a namorada abriu a sua caixa e começou a espalhar as fotografias para todos seus amigos através da Internet e telemóveis”.

As imagens mostram actos sexuais explícitos a dois, mas os boatos entre os moradores de Saladas são de que as actividades se desenrolaram numa orgia. A partir daí, o incidente começou a ser chamado de La orgía de las maestras (A orgia das professoras), escandalizando toda a população, principalmente pelo fato de cinco das seis professoras envolvidas serem casadas. O barulho foi tão grande que, em menos de 24 horas, a história transformou-se em notícia nacional em toda a Argentina.

O filho adolescente de uma das professoras foi internado com uma crise nervosa no hospital de Saladas, porque ficou surpreendido ao ver que todos os seus amigos tinham fotografias da sua mãe em cenas explícitas com o motorista. Com a confusão, o Ministério da Educação da Argentina chegou a abrir processo administrativo contra as seis professoras, mas especula-se que não haverá punição, pois os incidentes ocorreram fora da escola.

Alguns maridos das professoras envolvidas já romperam seus relacionamentos. A rádio La Cueva entrevistou duas das professoras que pediram anonimato. “Somos todos seres humanos, ninguém está livre de cometer erros ou de pisar em alguma pedra em sua vida. O que não mata, fortalece”, comentou uma delas.

"Muita gente foi machucada, muitas famílias. Isso não pode ficar assim. Temos que proteger as famílias, é uma questão privada”, disse a outra professora, casada e com filhos, que ainda reconheceu seu relacionamento sexual com o motorista, e pediu demissão da escola. Ela também afirmou que tudo não passa de hipocrisia, pois no povoado de Saladas sempre “ocorreram muitas coisas. Quem está livre que atire a primeira pedra”, desabafou.

Elas ainda alegam que sofreram um crime, que é roubo de propriedade privada e invasão de privacidade. “Sabemos exactamente de onde saiu, e a Justiça irá investigar”. O motorista está desaparecido. Os vizinhos contam, entre risos, que há mais de um marido atrás dele.